- Quem é você? pergunta ela, nua, em frente ao espelho.
O corpo era o mesmo de sempre. Algumas vezes já fora mais gorda e também, para sua felicidade, mais magra (aliás, essa era uma busca constante, uma paranóia que nunca a abandonava, emagrecer) mas, além das barreiras de pele, a pessoa que estava na frente daquele velho espelho de moldura de madeira não era mais a mesma. O que havia mudado? Afinal, antes ela era uma pessoa que não conseguia encontrar alegria nos momentos mais simples. A felicidade sempre estava projetada no futuro. Era difícil para a menina dos grandes olhos castanhos acreditar que estava sendo feliz no momento presente. A verdade é que ela realmente não era feliz, o mundo não tinha os tons coloridos da aquarela, somente cores escuras. O gosto adverso das lágrimas era constante nos pequenos lábios da menina dos olhos grandes. As lágrimas sempre vinham acompanhadas de uma dor digna de tragédias teatrais. Era uma dor abarcante, uma dor tão grande que acabava com qualquer esperança de sorriso no canto dos lábios. Acabava com a esperança de que alguma coisa poderia mudar, se transformar de maneira intensa e verdadeira.
Ela tentou, por diversas vezes. Hoje não consegue diferenciar se a parte mais difícil foi sofrer ou o momento em que escolheu abandonar o sofrimento, encarar a dor e crescer, para trilhar o caminho que sempre quis: felicidade. Os passos foram dados com calma e precisão, semelhante ao trapezista que passeia na corda bamba. Afinal de contas, a menina já estava fragilizada o bastante para se arriscar a levar mais um tombo. E foi assim, com pequenos passos que ela foi conseguindo se descobrir. E se surpreendeu. Jamais acreditou que poderia ser daquela forma. O nome daquele corpo não era mais o de batismo, do cartório. O nome do corpo nu em frente ao espelho era liberdade. Liberdade de escolher, de esperar, de querer e de dizer não quando precisa. O nome daquele corpo tatuado em frente ao espelho era sim liberdade: a de admitir que algumas vezes as coisas vão bem e outras nem tanto. Mas nem por isso é preciso se apressar, porque sempre existe a possibilidade de crescer, porque sempre pode-se mudar. Aquele corpo era uma lagarta, que já havia construído um casulo na grade da janela. Agora, transformada em borboleta, o corpo esperava o momento certo para testar as asas... coloridas.
O corpo era o mesmo de sempre. Algumas vezes já fora mais gorda e também, para sua felicidade, mais magra (aliás, essa era uma busca constante, uma paranóia que nunca a abandonava, emagrecer) mas, além das barreiras de pele, a pessoa que estava na frente daquele velho espelho de moldura de madeira não era mais a mesma. O que havia mudado? Afinal, antes ela era uma pessoa que não conseguia encontrar alegria nos momentos mais simples. A felicidade sempre estava projetada no futuro. Era difícil para a menina dos grandes olhos castanhos acreditar que estava sendo feliz no momento presente. A verdade é que ela realmente não era feliz, o mundo não tinha os tons coloridos da aquarela, somente cores escuras. O gosto adverso das lágrimas era constante nos pequenos lábios da menina dos olhos grandes. As lágrimas sempre vinham acompanhadas de uma dor digna de tragédias teatrais. Era uma dor abarcante, uma dor tão grande que acabava com qualquer esperança de sorriso no canto dos lábios. Acabava com a esperança de que alguma coisa poderia mudar, se transformar de maneira intensa e verdadeira.
Ela tentou, por diversas vezes. Hoje não consegue diferenciar se a parte mais difícil foi sofrer ou o momento em que escolheu abandonar o sofrimento, encarar a dor e crescer, para trilhar o caminho que sempre quis: felicidade. Os passos foram dados com calma e precisão, semelhante ao trapezista que passeia na corda bamba. Afinal de contas, a menina já estava fragilizada o bastante para se arriscar a levar mais um tombo. E foi assim, com pequenos passos que ela foi conseguindo se descobrir. E se surpreendeu. Jamais acreditou que poderia ser daquela forma. O nome daquele corpo não era mais o de batismo, do cartório. O nome do corpo nu em frente ao espelho era liberdade. Liberdade de escolher, de esperar, de querer e de dizer não quando precisa. O nome daquele corpo tatuado em frente ao espelho era sim liberdade: a de admitir que algumas vezes as coisas vão bem e outras nem tanto. Mas nem por isso é preciso se apressar, porque sempre existe a possibilidade de crescer, porque sempre pode-se mudar. Aquele corpo era uma lagarta, que já havia construído um casulo na grade da janela. Agora, transformada em borboleta, o corpo esperava o momento certo para testar as asas... coloridas.
Um comentário:
esse texto pode ser meu também??
posso usá-lo quando quiser??
sim, porque ele também fala de mim!!
ah... amei o fim... vc é uma linda borboleta de asas coloridas!!
te amo, pequena boneca
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