Já achei que fosse ser difícil e corri da raia. Também pensei que seria descomplicado, não sem muito me questionar antes. Hoje não consigo mais achar, pensar e acreditar em nada. Tenho apenas o que está em meu peito, o sentimento. Durante tanto tempo foi difícil sentir. Sentava na cadeira de forro amarelo, olhava para ela e dizia tudo o que achava que sentia. E ela me respondia "Mas isso é o que você pensa, e o que você sente?"
E eu me achava incapaz de sentir. E hoje finalmente consigo sentir. E tem vezes que seria melhor não sentir mesmo. Não sentir nada, poder ficar longe e não sentir saudade. Poder ver com outra pessoa e não se sentir a última delas. Poder viver sem um arame rasgando meu coração. Seria assim, apenas ver e não se entusiasmar, saber de coisas e não entristecer, perceber o afastamento -natural- e não sentir-se injustiçada. Ainda tem uma parte -racional- de mim que grita nessas horas e diz "Mas você também não demonstra interesse!" E minha vontade é destroçar a racionalidade, porque quando a gente gosta quer atenção. Quer saber que a pessoa se importa. Não somente raras vezes. Não somente poucas. Mas pode ser demais ter duas pessoas. Pode ser que não se saiba lidar com ao menos uma delas.
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