sexta-feira, agosto 10, 2007

frio no coração


Amanhece, com frio de inverno. Ele caminha de volta para casa, mãos no bolso tentam aquecer o corpo do frio. A sensação da noite sem dormir começa a doer nas juntas. Vontade de deitar, encontrar uma cama quente e um alguém que pudesse compartilhar carinho.

Essa vida é como a caminhada na manhã de inverno, em que uma fumaça evapora a cada suspiro. A diferença do corpo quente para o ar gelado. Era uma caminhada solitária, com dores que foram superadas, mas sem uma nova emoção, sem uma razão para fazer o coração saltar do peito de emoção.

E ele sinceramente acredita que não existe razão para encontrar um alguém, pois no fim todos os relacionamentos terminam iguais, em decepção, em separação. Alguns diriam para que não pense assim, o amor existe, tenha fé, não desacredite.

Mas para quem andava em uma madrugada sozinho pela rua, vendo carros passar de quando em nunca, esquentando as mãos frias no bolso da calça jeans, existia uma barreira entre a realidade crua e a esperança. A esperança dói, porque o amor nunca chega. A realidade é o que podia aguentar.
+para ler ao som de Flying - Living Colour

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