segunda-feira, agosto 13, 2007

Lomografia


O que uma câmera fotográfica criada na Rússia em 1982 pode ter de tão especial? As imagens reproduzidas por ela são sempre uma surpresa, e, não raras as vezes, a foto não sai nem de perto como quem apertou o botão programou. Gostou de imaginar as fotos criativas que ela faria? Pois eu fiquei muito ansiosa por ter uma dessas logo que puder. Estou falando da Lomo Kompakt Automat, conhecida pelos íntimos como LC-A. Essa máquina, que muitos dizem parecer um pequeno brinquedo, foi criada em São Petersburgo, quando o general Igor Petrowitsch ordenou que a fábrica Lomo produzisse uma máquina semelhante à japonesa Cosina CX2.

O resultado dessa criação se tornou uma verdadeira febre mundial e rende frutos também por aqui agora. Eu já tinha ouvido falar vagamente sobre a lomografia e pesquisei alguma coisa a respeito do tema no ano passado. Mas não lembro muito bem onde havia lido. Hoje o tema voltou para mim, em uma pauta do Anexo. A exposição "Efemeridades", que abre ao público dia 15, aqui em Florianópolis, tem a participação de dois fotógrafos. Carlos G.H, que fez suas imagens com uma digital, e Débora Klempous, que descobriu a lomo e apresenta seis painéis. Juntos, querem mostrar que aquela idéia certinha da fotografia, em que a imagem deve ser o retrato fiel do momento, pode ter outras vertentes.

É aí que a LC-A chega para mudar o conceito da imagem. Porque, pelo que pude pesquisar até agora, essa máquina tem "exposição automática, feita sob medida para difíceis condições de luz sem uso do flash; e as lentes Minitar, capazes de dar mais brilho às cores e criar verdadeiros efeitos psicodélicos", de acordo com a explicação que o fotógrafo André Takeda dá no site da Sociedade Lomográfica Brasileira. Isso amplia a margem da discussão para algo ainda mais profundo. Afinal, o que é essa realidade que está diante de nossos olhos, sujeita a mudanças de acordo com a iluminação em um mesmo instante?

Confesso que fiquei muito tentada a comprar uma LC-A para mim. Não só pelas possibilidades de encontrar novas formas de olhar que ela oferece, mas também por ser uma câmera que qualquer pessoa pode usar, e não somente um profissional. Ainda no fim de semana estava em um almoço de família aqui em casa, e meu tio Cláudio, que é fotógrafo profissional, estava me ensinando a usar a minha máquina. - comprei nesse ano uma Sony DSC-H2 com muitas funções, mas sempre usava no automático. As aulas de fotografia da faculdade fugiram da minha memória. Naquele momento em que meu tio me ensinava teoria sobre abertura do diafragma e velocidade entendi como a fotografia é genial e extremamente técnica. Mas fiquei motivada a tentar novos cliques depois daqueles ensinamentos.

Não que eu vá desistir de usar minha queridinha, que ainda fica grande parte do tempo guardada no armário, mas com essa nova idéia da LC-A, uma nova gama de possibilidades se abriu. Tem bastante informação sobre a lomografia no site que linkei ali em cima, e as fotos da Débora você pode ver clicando aqui. Já dei uma passeada pelas imagens e por outros sites legais, e estou apaixonada. Espero poder ter uma logo, logo!

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