sexta-feira, outubro 12, 2007

simples

Iria naquele bar da moda. Paredes cheias de fotos e quadros legais, grandes sofás para sentar, como se estivesse em casa. Iria naquele bar, em que há duas semanas o menino bonito tinha lido o nome dela e falado: "Volte sempre." Bobo ou não, naquela hora ela pensou em voltar, sempre, sempre.
Mas demorou a voltar, e hoje iria naquele bar da moda. Queria ver o menino bonito. Não sabia nada sobre ele, e queria vê-lo. Uma ansiedade - de classificação pequena/média - começou a preencher coração. É, é ali que a ansiedade se instala. Até que depois de muitas voltas na cidade e paradas para abastecer, refrigerante, chiclete, amigo, banheiro, chegou no bar.
Atraente, ele foi a primeira pessoa que ela percebeu. Será que ele também percebeu a chegada dela? Não sabia. Em todo caso, ficou ali no bar, muito perto de onde ele estava. Sentia-se observada, queria que ele a observasse, mas não se sentia muito à vontade com essa situação. Algumas vezes olhava para ele, que estava sempre ocupado. Mais pessoas chegaram e tudo ficou mais sociável, ela até conseguiu se soltar mais. Só que não conseguia chegar perto do bar para pedir uma bebida (era ali que ele estava, a bebida deveria ser pedida para ele).
Agora ele passava por ela toda hora, para pegar as bebidas na geladeira logo atrás. Algumas trocas de olhares, mas bem sutis. Nada mais que isso aconteceu. Ela estava paralisada. Queria ficar mais, queria poder ter mais uma troca de olhares, quem sabe uma oportunidade de início de conversa. Teve que ir embora. Agora restou a vontade. Quem sabe numa próxima noite. Quem sabe conseguir agir.


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