Hoje acordei tristonha. Não tive vontade de levantar da cama. Queria continuar na minha casa, nessa cidade que eu nasci e cresci. Aqui onde eu vivi todas as minhas alegrias e tristezas. Mas um dia, quando a gente menos espera, tudo acontece. Achei que comigo seria diferente, mas também foi assim. Chegou a minha hora de sair de casa e experimentar um mundo novinho em folha, com muitos desafios e surpresas. Naquela hora da manhã foi o instinto que me fez levantar e viver mais esse dia. Mais um dia para faltar menos dias para ir. Mais um dia para acordar sabendo que meu pai e minha mãe não estarão na mesma casa que eu, mais 24 horas para estar longe (na distância) das pessoas que eu amo. Volta e meia me pego olhando profundamente os lugares que passo, me despedindo de cada rua, cada paisagem e amigo que encontro por acaso na rua (esse destino é esperto mesmo). Essas despedidas algumas vezes me deixam satisfeita, mas muitas outras vezes não. Não terei mais aulas de piano com o professor que escolhi a dedo, não poderei mais estar diariamente com o amigo que se transformou em meu irmão do coração, não poderei mais gritar pelo nome do meu irmão mais novo quando precisar de ajuda, ou até mesmo brigar porque ele molhou toda a pia do banheiro. São desses momentos simples que eu já tenho saudade, como precisar só olhar para o lado para ver o pôr-do-sol refletido no mar, da janela do meu quarto. O que sinto tem ainda um misto de alegria, porque sei que o lugar que me espera me trará novos momentos, uma etapa nova completamente diferente de tudo o que já experimentei, e agora, ao contrário do que sentia pela manhã, isso me dá fôlego para continuar.
*foto tirada pelo Rafa, em Santo Antônio de Lisboa.
2 comentários:
Houve uma despedida? Para onde?
reflexos do coracao
huahuahuahua
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