Ela, que sempre considerou o batom vermelho um inimigo número um de sua beleza, agora estava remexendo a caixa de maquiagens em busca dele como um aliado. Não se surpreendeu ao encontrar uma quantidade notável de pequenos lápis e sombras para os olhos, das mais variadas cores - mesmo que na grande maioria das vezes acabasse optando pelo sombreado negro em volta dos olhos, com bastante rímel, na hora de sair para alguma festa. Ela gostava de ressaltar a área dos olhos, embora muitas vezes não conseguisse fixar o olhar no objeto do desejo.
E voltando à caixa de maquiagens, para a boca havia somente uns dois ou três brilhos labiais. Prova de que o problema com batom não se restringia ao vermelho, mas até aos rosinhas ou cor de boca. Bem que tentou algumas vezes fazer uso dessa ferramenta para deixar o rosto mais belo, ou sexy. Bastava o primeiro olhar ao espelho para que se sentisse ridícula, uma verdadeira palhaça, e tirasse tudo com papel higiênico. Naquele dia um estalo aconteceu, como se alguém tivesse assoprado baixinho em seu ouvido: "Por que você não tenta um batom vermelho?"
A influência ficou clara horas depois. São as musas de cinema. As mais belas sempre tem as bocas vermelhas. Uma questão de poder. Porque não é qualquer mulher que pode - e consegue - carregar o vermelho nos lábios. As dicas das revistas já dizem: "esteja segura de si" ou "seja auto-confiante" e assim a performance com o batom vermelho será bem sucedida. E ela estava segura de si. Poderia colocar um jeans, regata branca e uma sandália rasteira, a roupa poderia ser simples, porque o batom vermelho a deixaria cheia de glamour.
Ao andar nas ruas se sentiria como nas propagandas de perfume francês, muito refrescante e exalando leveza por onde quer que passase. E resolveu ir imediatamente à loja de cosméticos mais próxima. O próximo passo seria apontar qual vermelho seria eleito como o primeiro batom de sua vida. E aquilo não era brincadeira, porque havia se transformado em uma mulher. São várias as tonalidades de vermelho, desde o mais fechado, aquele tom cereja, até o tão forte que quase se transforma em alaranjado. E lembrou até de uma poesia, que lia quando pequena:
Vermelho é a cor mais viva
E a cor do coração
Rosa, gelatina, tomate
Mil frutos vermelhos são
E o sangue que em nossas veias corre
Levando a vida, hoje, amanhã e depois
Há porém um só vermelho, um espanto, um desatino
O do lápis na escola, que risca o nosso destino
Lembrou também da vaquinha vermelha, desenhada no livro da poesia. Teve certeza do seu destino, e isso a fez andar com mais pressa até a loja para selecionar o predileto. Não foi difícil apontar na prateleira qual era o vermelho desejado. "Quer experimentar?", dizia a vendedora sorridente. "Vai combinar com seu tom de pele!", ela realmente fora bem treinada. E agora era a prova de fogo. Cara a cara com o espelho, passou primeiro no lábio superior, estranhou. "Está ficando perfeito", disse a vendedora. A frase serviu de apoio e ela pintou o lábio inferior.
Olhou no espelho, enumerou algumas divas de boca vermelha, e depois de alguns segundos de análise resolveu levar. Saiu da loja usando o vermelho, e naquela rua, naquele dia, nem a chuva que caía apagou a intensidade daquela nova adepta dos lábios cor de paixão.
E voltando à caixa de maquiagens, para a boca havia somente uns dois ou três brilhos labiais. Prova de que o problema com batom não se restringia ao vermelho, mas até aos rosinhas ou cor de boca. Bem que tentou algumas vezes fazer uso dessa ferramenta para deixar o rosto mais belo, ou sexy. Bastava o primeiro olhar ao espelho para que se sentisse ridícula, uma verdadeira palhaça, e tirasse tudo com papel higiênico. Naquele dia um estalo aconteceu, como se alguém tivesse assoprado baixinho em seu ouvido: "Por que você não tenta um batom vermelho?"
A influência ficou clara horas depois. São as musas de cinema. As mais belas sempre tem as bocas vermelhas. Uma questão de poder. Porque não é qualquer mulher que pode - e consegue - carregar o vermelho nos lábios. As dicas das revistas já dizem: "esteja segura de si" ou "seja auto-confiante" e assim a performance com o batom vermelho será bem sucedida. E ela estava segura de si. Poderia colocar um jeans, regata branca e uma sandália rasteira, a roupa poderia ser simples, porque o batom vermelho a deixaria cheia de glamour.
Ao andar nas ruas se sentiria como nas propagandas de perfume francês, muito refrescante e exalando leveza por onde quer que passase. E resolveu ir imediatamente à loja de cosméticos mais próxima. O próximo passo seria apontar qual vermelho seria eleito como o primeiro batom de sua vida. E aquilo não era brincadeira, porque havia se transformado em uma mulher. São várias as tonalidades de vermelho, desde o mais fechado, aquele tom cereja, até o tão forte que quase se transforma em alaranjado. E lembrou até de uma poesia, que lia quando pequena:
Vermelho é a cor mais viva
E a cor do coração
Rosa, gelatina, tomate
Mil frutos vermelhos são
E o sangue que em nossas veias corre
Levando a vida, hoje, amanhã e depois
Há porém um só vermelho, um espanto, um desatino
O do lápis na escola, que risca o nosso destino
Lembrou também da vaquinha vermelha, desenhada no livro da poesia. Teve certeza do seu destino, e isso a fez andar com mais pressa até a loja para selecionar o predileto. Não foi difícil apontar na prateleira qual era o vermelho desejado. "Quer experimentar?", dizia a vendedora sorridente. "Vai combinar com seu tom de pele!", ela realmente fora bem treinada. E agora era a prova de fogo. Cara a cara com o espelho, passou primeiro no lábio superior, estranhou. "Está ficando perfeito", disse a vendedora. A frase serviu de apoio e ela pintou o lábio inferior.
Olhou no espelho, enumerou algumas divas de boca vermelha, e depois de alguns segundos de análise resolveu levar. Saiu da loja usando o vermelho, e naquela rua, naquele dia, nem a chuva que caía apagou a intensidade daquela nova adepta dos lábios cor de paixão.
2 comentários:
=)
Realmente não são todas que podem usar batom vermelho. É uma verdade.
=)
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